sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Michael Myers anabolizado, belos peitos e violência hardcore.

Halloween – O Ínicio – 2007 – Playarte



Dirigido por Rob Zombie, líder da extinta (e excelente) banda “White Zombie”, e diretor dos ótimos filmes de terror “A Casa dos Mil Corpos” e “Rejeitados pelo Diabo”, esse remake de Halloween (de John Carpenter) não fica preso ao original, inovando na primeira metade do filme, que é focada na infância do psicopata Michael Myers.

Michael Myers é aparentemente uma criança normal, criada em lar turbulento, mas tem um hobby bem alternativo para passar o tempo: Torturar e matar pequenos animais. Após assassinar sua irmã mais velha, seu namorado e seu padrasto, usando uma máscara de palhaço, Myers é internado em um manicômio e começa a ser estudado por Dr. Loomis (Malcolm McDowell, sem o brilho, de Donald Pleasence).

Michael, a princípio age de maneira ordinária, mas começa a ficar obcecado com a criação de máscaras toscas, e aos poucos vai abandonando sua fala, tornando-se um garoto obscuro e mudo.


Adulto, Myers foge do hospício e volta para sua cidade natal, em busca de sua irmãzinha, que era um bebê na época em que massacrou parte de sua família. A partir daí, em 60 minutos, Rob Zombie compacta o filme original, na íntegra. A ordem dos acontecidos é praticamente a mesma, e o roteiro apenas é moldado a-la-anos 2000.

É legal? Sim, é bem legal! É uma espécie de versão boca-suja, mais histérica e extremamente violenta do filme original. “Daeg Faerch” atuou bem como uma criança sinistra, fria e histérica, mas perdeu nesse último quesito para “Scout Taylor-Compton” (A Laurie, no original interpretada por “Jamie Lee Curtis”). A mocinha grita, grita, grita, grita, grita, grita e grita mais um pouco, contribuindo para a construção de um quadro de tensão elevadíssimo.




De resto tudo está lá: Muitas mortes, a clássica trilha sonora e as beldades peladas.
O curioso é ver a saborosíssima “Danielle Harris” nuazinha, a mesma que fazia o papel da garotinha “Jamie” nos Haloween 4 e 5 (88/89).
Não é tão charmoso, nem tão criativo quanto o Halloween de 1978, mas vale uma conferida.

Nota: 7,5






(Danielle Harris - e não é que ela cresceu mesmo)


Postado por: Silóque

Exercícios de Desconforto

A arte de gostar de sofrer.


Na era do Ipod, do Iphone, do Idoser, do Inumpode, do Iseiláoque, o cinema de horror americano (Fraco, fraco, fraco), baseia-se na criação de remakes de filmes de horror orientais (ou americanos mesmo) que não assustam nem uma garotinha de 5 anos (Esses fantasmas pálidos e cabeludos já deram no saco, não é mesmo?).

Os melhores filmes de horror da atualidade surgiram das mentes de diretores espanhóis como Jaume Balagueró (Rec, Terror em Mercy Falls) e J.A. Bayona (O Orfanato), ou de ingleses, como Tom Shankland (The Children) ou Neil Marshall (Abismo do Medo), mas o gore, o splatter, a extrema escatologia e as cenas de extrema violência aplicadas por pessoas de verdade são meio que deixadas de lado (Com exceção de “The Children”, que conta com algumas das mortes mais violentas e realistas do cinema atual).

Tá a fim de ver coisa feia? Ta a fim de ficar em choque? Então reconsidere: O que pode ser mais assustador que a mente humana? Do que uma pessoa é capaz quando sua sanidade está afetada, ou quando algum ente querido foi assassinado? A qual ponto de violência pode chegar uma vingança de crime passional?

Bem, se você procura por cenas fortes, atuações impactantes e histórias que poderiam muito bem acontecer com aqueles esquisitos da casa ao lado, aqui vão algumas dicas do que a indústria cinematográfica tem produzido de mais angustiante, absurdo, desconfortável, desgraçado, e é claro, extremo:

1- Dans ma Peau – Dirigido em 2002 pela francesa Marina de Van, e traduzido para o inglês como “In my Skin”, o filme (simples, em sua essência) conta a história de “Esther” (Interpretada pela própria diretora “Marina de Van”), uma mulher bem sucedida que após se machucar (machucar de verdade, de abrir buraco que cabe um isqueiro na perna, praticamente) em uma festa, começa a ficar fascinada pela sua própria pele, cortando pedaços dela, ingerindo-a, guardando-a e obtendo prazer com isso. Em meio a fortes, extremamente explícitas e realistas cenas de auto-mutilação e canibalismo, o filme é sobrecarregado com um clima desagradavelmente sombrio, e torna-se ainda mais impactante devido à naturalidade com que o assunto é tratado em uma obra arrastada e, em diversos momentos, extremamente nojenta. Não se trata de um filme de horror, mas com certeza vai deixar muitas pessoas mais horrorizadas, ou pelo menos inconformadas, do que os filmes do gênero. “Dans ma Peau” não é um filme fácil, nem agradável, mas acertou em cheio com seu doentio glamour masoquista.




(Cenas de "Dans ma Peau")


2- Vinyan – Este, de 2008, dirigido pelo francês Fabrice Du Welz (Mas com seu áudio gravado em língua inglesa), expõe para o expectador, de maneira depressiva, desesperadora e sem um pingo de esperança, a busca de Jeanne (Emmanuelle Béart, trabalhando muito bem) e Paul (Rufus Sewell) pelo filho pequeno desaparecido durante o Tsunami. A primeira metade do filme trata-se de um drama lento e devastador, mas conforme os minutos vão passando, a sanidade de “Jeanne” vai indo por água abaixo, e a tortuosa busca transmuta-se em uma doentia obsessão em um solo apocalíptico, primitivo e habitado por crianças pra lá de macabras. O expectador vai se sentir afetado, tão brilhante é a atuação de Emmanuelle Béart: É de arrepiar os cabelos. O filme, em sua maior parte, é lento, frio e um tanto depressivo e introspectivo, mas o clima desesperador é crescente e alcança níveis diabólicos.





(Cenas de "Vynian")


3- Martyrs – Mais uma vez, é produto francês o exercício de desconforto. Dirigido em 2008 por “Pascal Laugier”, “Martyrs” conta a história de “Lucie”, (Mylène Jampanoï, em uma interpretação doentia) garota que sofreu torturas pra lá de escabrosas na infância, enquanto era mantida trancada em uma espécie de fortaleza. Lucie consegue fugir, mas com um psicológico abaladíssimo. Alguns anos depois, com uma “Lucie” já adulta e sedenta por vingança, é que o filme tem seu ponto de partida, trazendo mortes violentíssimas, alucinações e histeria. “Anna”, a única amiga (namorada?) de Lucie dos tempos de orfanato (Para onde Lucie foi mandada após ser encontrada), segue até o local da execução da vingança para ajudar Lucie com a “limpeza” do local, e o que vêm pela frente, é um pesadelo descomunal. Torturas extremas (Muitos minutos de tortura), mutilações e diversos tipos de crueldade compõem essa experiência única e doentia ao extremo. Se você tem estômago fraco, ou é muito sensível, deve passar longe, pois com “Martyrs”, “Pascal Laugier” conseguiu ir além, no quesito “hardcore”.



(Cenas de "Martyrs")


4- Irreversível – Esse, talvez o mais batido de todos (Porém, um dos melhores), conceituado no universo “Cult” e lançado em DVD no Brasil pela Europa Filmes, mostra uma noite na vida do casal Alex e Marcus (Monica Bellucci, maravilhosa, e Vincent Cassel, ótimo também, na época, casados na vida real). Nessa noite, “Marcus” sai à caça do estuprador que desfigurou sua mulher. Logo de cara, já nos deparamos com um dos assassinatos mais violentos da história do cinema: A famosa e ultra-polêmica cena do extintor. Logo adiante, também assistimos a um violentíssimo estupro em tempo real. Dirigido por “Gaspar Noé”, com a história mostrada de traz pra frente, e com uma filmagem vertiginosa, digna de causar enjôo.




(Cenas de "Irreversível)


5- Taxidermia – De 2006, esse filme húngaro, dirigido por Gyorgy Palfi conta a história de 3 gerações de homens de uma mesma família húngara. Não vou nem escrever mais nada sobre o filme, só posso dizer que no decorrer de seus 91 minutos, você assistirá a sexo explícito, campeonatos “gastronômicos” com obesos mórbidos vomitando que nem gente grande, mutilações, zoofilia, gatos canibais, muita escatologia (mas, muita, muita!), e é claro, taxidermia. “Taxidermia” é um dos filmes mais distantes do convencional que já assisti em minha vida, é uma mistura de humor negro, e sei lá mais o que esse inferno é. É extremamente escatológico, sujo, deselegante e desagradável, mas com certeza, vale com uma experiência das mais bizarras. Estes húngaros têm sérios problemas.








(Cenas de "Taxidermia")




Postado por Silóque.